Friday, May 29, 2009

À margem de nós mesmos

Não é porque 2009 será o ano de todos os aniversários, mas porque 2008 foi o ano de todos os convidados.

Entre preparações e festas há sempre o receio. Em especial depois de um grande espetáculo esportivo com todas as nações mostrando seus melhores desafios superados.
E então o temor do fiasco.

Holofotes ainda em foco, iluminando desta vez a passagem dos anos.
A história que não querem ouvir e sempre há alguém a contar. A quinquagésima insureição, o primeiro ano após o tremor de terra, logo mais os vinte anos da Praça...

No interim destas passagens todas, calculamos nós aqui também os dias que começaram sem youtube e seguiram sem blogger.

O desconforto maior entretanto fica mesmo com os dedos pujantes em riste dos que de fora assistem como se dentro estivessem. Sempre munidos de mais pontos vindos das muitas versões dos tantos contos.

Sim à liberdade de expressão. Desde que resulte da manifestação social dos processos evolutivos do país em si, em detrimento à vontade egocêntrica e impiedosa de outras fronteiras, que muitas vezes na ânsia pelas democracias todas se perdem em discursos déspotas.

Antes que mais alguém se perca, acho trecho do Pessoa que nos ensina a arte da travessia:


“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas e esquecer os caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.”



Ps: temporariamente sem fotos, atalhos contra proxys são bons mas ainda não fazem milagres.

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